Não queria ser acordado por um sujeito com um clarim.
Não queria dormir em barracas com um bando de garotos americanos saudáveis, loucos por sexo, amantes do futebol, bem nutridos, metidos a espertos, punheteiros, assustados, rosados, amáveis peidorreiros, filhinhos-da-mamãe, modestos, jogadores de basquete com quem eu teria de fazer amizade, com quem eu teria de me embebedar nas folgas, que me contariam dúzias de piadas sujas, previsiveis e sem graça quando eu deitasse de costas.
Não queria seus cobertores que pinicam ou seus uniformes que dão coceira nem a incômoda humanidades deles. Não queria cagar no mesmo lugar nem mijar no mesmo lugar ou compartilhar a mesma puta.
Não queria ver as unhas dos pés deles nem ler as cartas que receberiam de casa.
Não queria aquelas bundas balançando na minha frente com todos os rapazes ombro a ombro, não queria fazer amigos, queria fazer inimigos, eu apenas não os queria, não queri isso nem aquilo nem coisa nenhuma. Matar ou ser morto quase não me importava.
Não queria ver as unhas dos pés deles nem ler as cartas que receberiam de casa.
Não queria aquelas bundas balançando na minha frente com todos os rapazes ombro a ombro, não queria fazer amigos, queria fazer inimigos, eu apenas não os queria, não queri isso nem aquilo nem coisa nenhuma. Matar ou ser morto quase não me importava.
Bukowski - Ao sul de lugar nenhum
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